domingo, maio 06, 2007

“Não se Resignem”

O Presidente da República, Cavaco Silva, no seu discurso, na sessão solene dos 33 anos do 25 de Abril, no Parlamento, pediu aos jovens que não se resignem. “Não me resigno nem me conformo na batalha pela qualidade da democracia portuguesa”. Preocupado por os jovens se empenharem pouco na vida política, admitindo existirem “sinais de alguma preocupação”, deixando alguns alertas sobre a qualidade da democracia. “Temos de deixar aos nossos filhos e aos nossos netos um regime em que sejamos governados por uma classe política qualificada, em que a vida política se paute por critérios de rigor ético, exigência, competência, em que a corrupção seja combatida por um sistema judicial eficaz e prestigiado”, afirmou. “Acima de tudo, temos de deixar aos jovens a ideia de democracia como um código moral e um sentido de identidade colectiva”. Cavaco Silva apelo também aos políticos para que “unam esforços” a favor da “qualidade da democracia”. “É necessário que os agentes políticos se empenhem mais na prestação de contas aos cidadãos, que os portugueses conheçam e compreendam o sentido e os objectivos das medidas que vão sendo adoptadas, que exista clareza e transparência na relação entre o poder político e a comunidade cívica», acrescentou. Afirmando que é necessário que “exista uma clara separação entre actividades políticas e actividades privadas, que as situações de conflito de interesses sejam afastadas por imperativo ético e não apenas por imposição da lei”. Apelo também, às “diversas forças políticas” para que, “ao invés de se ficarem apenas pelo que as divide”, juntem “esforços e fazer obra em comum”. ”Só assim poderemos conquistar o interesse das novas gerações pela actividade política”. Na sua intervenção o Presidente da República manifestou, também, a sua preocupação pelo alheamento dos jovens face à causa política, perguntando directamente aos deputados se o formato de cerimonial das comemorações do 25 de Abril não devia sofrer uma inovação. “Não estarão as cerimónias do 25 de Abril a converter-se num ritual que já pouco diz aos nosso concidadãos? Preocupo-me, sobretudo, com o sentido que este dia da liberdade possui para os mais jovens, para aqueles que nasceram depois de 1974. Nós, os que estamos hoje aqui reunidos, não somos o donos da revolução nem os proprietários da democracia”. Cavaco Silva adiantou que sente orgulho na juventude de Portugal e por isso mesmo, confia no futuro do país.

Retirado do discurso do Presidente da Republica

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